O SEU CORPO: PLANO DE MANUTENÇÃO

O seu corpo:

Plano de manutenção

Lembra-se de quando era jovem e pensava que iria viver para sempre? Estamos, de facto, a viver mais tempo, mas o tempo continua a cobrar um preço ao nosso corpo, desde quilos a mais até rugas e dores. O coração pode não trabalhar tão bem como outrora, e há fugas, perda de visão, os chamados «momentos de sénior» e talvez um diagnóstico de cancro.




 

Tal como numa máquina, tudo no nosso corpo está interligado – e todos os pedaços e peças acabam por funcionar mal. O Dr. Bernd Kleine-Gunk, ginecologista e diretor da Sociedade Alemã de Medicina Antienvelhecimento, sugere que pensemos no corpo humano como um cesto de maçãs, no qual uma maçã podre pode estragar as outras. Em termos médicos, estas «maçãs podres» chamam-se células senescentes, ou zombies, porque continuam a envelhecer, mas deixam de se dividir e recusam-se a morrer. Ao acumularem-se contribuem para tudo, das manchas da idade ao cancro.


Por outras palavras, em vez de células que se dividem e espalham saúde, «temos células zombie a eliminá-la», diz o Dr. Kleine-Gunk. «É por isso que os cientistas estão a focar-se no que acontece quando as células zombies podem ser removidas do corpo antes de causarem danos.


Com 727 milhões de pessoas com mais de 65 anos no mundo – um número que se espera ultrapasse os 1,5 mil milhões em 2050 –, os cientistas estão a fazer progressos significativos no campo da gerontologia, com melhores diagnósticos e tratamentos mais avançados. O Dr. Kleine-Gunk aponta para o número de start-ups que trabalham em medicamentos que ou suprimem as moléculas prejudiciais que as células zombies segregam, ou simplesmente as matam.


Também menciona ensaios clínicos nos Estados Unidos, conhecidos no seu conjunto como TAME, a sigla em inglês para Atingir o Envelhecimento com Metformin, um medicamento usado para tratar a diabetes tipo 2. Os ensaios surgiram quando os investigadores descobriram que os pacientes que tomavam metformin viviam mais do que os não diabéticos e que, em estudos separados, o medicamento tinha um efeito preventivo na demência, doença de coração e cancro.


Será que tudo isto aponta para uma fonte da juventude? «Não tanto como uma potencial fonte de saúde», diz o Dr. Kleine-Gunk. «Possivelmente dentro de cinco anos.»


Deste modo, e como o conhecimento é poder, o que poderemos esperar à medida que envelhecemos e como podemos tirar o melhor partido disso?



O QUARTEL-GENERAL: O CÉREBRO

Quando somos novos, o nosso cérebro está cheio de recursos e resistência. Mesmo depois de um AVC, consegue encontrar novos caminhos para ultrapassar as áreas danificadas. Pense nele como uma fábrica que produz, armazena, descarta e recicla dados, incluindo o que o Dr. Kleine-Gunk chama «lixo microbiológico». 


«Mas à medida que envelhecemos, esses dados começam a acumular-se e a trabalhar com menos eficácia», diz. «É um pouco como aqueles apartamentos apinhados nos programas de televisão sobre acumuladores. Tenta-se andar por cima e em volta da acumulação, mas pode ser excessiva.» Um dos efeitos é a demência, para a qual não há cura.


Ainda assim, nos últimos anos os cientistas descobriram que, quanto mais envolvidos e curiosos formos, melhor conseguimos combater a demência durante períodos mais longos. «Pode ser capaz de fazer algo complicado e fazê-lo bem, mas o fundamental é conseguir desafiar-se a fazer atividades diferentes – orientar-se numa cidade que desconhece ou forçar os pés a mexerem-se de uma forma pouco habitual», refere o Dr. Gérard Nisal Bischof, neurocientista cognitivo no Instituto para a Neurociência em Colónia, na Alemanha.


Também há boas notícias para as mulheres que sentem menos acuidade mental na menopausa. A Dra. Caoimhe Hartley, que dirige a Menopause Health em Dalkey, na Irlanda, salienta que o «nevoeiro cerebral» pode ser temporário. «O cérebro está a adaptar-se a um novo ambiente hormonal», afirma


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OS MOTORES: O CORAÇÃO E OS PULMÕES

Quais os sintomas de ataque de coração?

A) Náuseas.

B) Falta de ar.

C) Dor no maxilar.

D) Dor no peito.

E) Todos.


Se respondeu «E», está correto. As mulheres têm mais probabilidade de sentir dor no maxilar e náuseas, mas qualquer um destes sintomas pode ser um sinal de que o fluxo de sangue para o coração está bloqueado. Embora os ataques de coração possam ocorrer em qualquer idade, o risco para os homens aumenta a partir dos 45 anos e, no caso das mulheres, dos 55 anos. Normalmente isso acontece porque as artérias entopem-se com colesterol e placas, e os músculos cardíacos enfraquecidos bombeiam com menos eficiência.


O músculo enfraquecido é também a razão pela qual a probabilidade de sofrer um AVC duplica a cada década depois dos 55 anos. Há dois tipos de AVC: o isquémico (o mais comum), que ocorre quando um vaso maior do cérebro é bloqueado; e o hemorrágico, quando um vaso rebenta no cérebro. Juntamente com a idade, os fatores de risco são o tabagismo, sedentarismo e obesidade. Como em muitos problemas de saúde, as mudanças no estilo de vida podem diminuir o risco. 


«É na idade avançada que os maus hábitos e a genética se juntam para nos fazer pagar os erros do passado», diz o Dr. Vernon Williams, diretor do Centro para Neurologia do Desporto e Medicina da Dor no Instituto Cedars-Sinai Kerlan-Jobe, em Los Angeles.


Como a esperança de vida está a aumentar, fazer 100 anos não será invulgar nas próximas décadas. «Isto significa que, enquanto envelhecem, as pessoas vão querer manter-se saudáveis», refere o Dr. Williams.


Os especialistas concordam que, colocando de lado a genética, a maior ameaça para o nosso coração e pulmões é o tabaco. Inalar um cozido químico tóxico mais quente do que lava derretida pode levar à incurável doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), doença de coração e cancro no pulmão. Além disso, aumenta a pressão sanguínea, a principal causa de ataque de coração ou AVC.


O Dr. Williams sublinha que nunca é demasiado tarde para deixar de fumar porque os pulmões conseguem regenerar-se até certo ponto. «E fazer exercício», acrescenta. «Quando fazemos desporto, exercitamos os pulmões e respiramos mais intensamente, e o coração tem de bater mais depressa para garantir o fornecimento de sangue.» É um exercício cujos dividendos são duplos.



A CANALIZAÇÃO: O SISTEMA GENITURINÁRIO

Para os homens e as mulheres, um efeito secundário comum da idade é a incontinência: perda de urina ao rir ou uma súbita vontade de ir à casa de banho. Isto acontece porque os tecidos dos rins diminuem quando envelhecemos, afetando esta função. Exercícios simples, como contrair os músculos do pavimento pélvico, podem ajudar. Também há medicamentos para acalmar as bexigas hiperativas, bem como pomadas tópicas de estrogénio que podem ajudar a regenerar os tecidos atrofiados.

Em relação às mulheres, a menopausa pode ser acompanhada de afrontamentos, suores noturnos, irritabilidade, insónias, secura vaginal e perda de libido. As boas notícias? As afirmações sobre o impacto negativo da terapia de substituição hormonal (TSH) – que ficou debaixo de fogo quando um grande estudo americano sugeriu que poderia contribuir para o cancro da mama, coágulos sanguíneos e AVC – foram, na sua maioria, desmentidas. Investigação e revisões posteriores a este estudo mostraram que, quando prescrita a mulheres na perimenopausa ou pós-menopausa precoce, a TSH pode ter um efeito genericamente benéfico para o sistema cardiovascular e a mortalidade.


Os ingredientes e as formas de administração também melhoraram. «As fórmulas são biologicamente idênticas ao que produzimos no corpo, e agora são aplicadas através da pele em gel ou em spray, o que torna a absorção mais segura e eficaz», explica a Dra. Hartley.


Em relação aos homens, a idade pode acarretar problemas da próstata. A glândula começa a crescer por volta dos 25 anos, o que é normal, mas aos 50 anos, se se tornar demasiado grande, pressiona a uretra, dificultando o ato de urinar. Os especialistas atribuem a responsabilidade a alterações hormonais mas não têm a certeza. O que se sabe é que, ao primeiro sinal de mudança, deve ir ao médico, que pode prescrever testes para despistar o cancro e determinar os passos seguintes.



OS ALICERCES: O SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO

Os ossos, músculos, ligamentos, tendões e cartilagens mantêm o nosso corpo inteiro. À medida que envelhecemos, começam a falhar devido ao uso. Por exemplo, as cartilagens, que almofadam as nossas articulações, começam a desfazer-se, provocando artrose. Esta condição, em que o osso acaba por ficar a roçar contra osso, é irreversível, mas pode ser gerida através de maior atividade física, perda de peso ou medicação para as dores, por exemplo. 


A Dra. Hartley avisa que 50% das mulheres com mais de 50 anos, muitas das quais não estão diagnosticadas, irão enfrentar a osteoporose, uma doença que torna os ossos mais finos e frágeis, ficando quebradiços. «Aumenta o risco de fratura, o que pode tornar a pessoa mais baixa e com perda de mobilidade.»

Mas a osteoporose não é apenas uma doença para as mulheres pós-menopausa. Também afeta milhões de homens: «Considere também isto: 33% dos homens com mais de 50 anos têm baixa densidade óssea, o que é um percursor frequente da osteoporose», diz a Dra. Hartley. «Há diversos fatores de risco, incluindo histórico familiar, medicação e hábitos de estilo de vida.» 


Tal como em muitas coisas, a prevenção é fundamental. Comer saudavelmente. Fazer exercícios com pesos para ganhar massa muscular e um exame imagiológico aos ossos é fundamental. 



O CENTRO DE PROCESSAMENTO: O NOSSO SISTEMA DIGESTIVO 

Aqui há poucas mudanças, com exceção de que tudo se mexe mais devagar e o estômago, que fica menos elástico, comporta menos comida. Há grandes probabilidades de se desenvolver algum grau de intolerância à lactose porque o trato digestivo tende a produzir menos lactase, uma enzima necessária para digerir os alimentos lácteos. 


As úlceras no estômago são comuns depois dos 60 anos. Desenvolvem-se quando os sucos digestivos danificam a parede do estômago. Os fatores de irritação incluem o álcool, o café e o tabaco. Também comuns são os arrotos e o refluxo ácido, pois o esófago torna-se menos reativo. Fale com o médico se o problema persistir. Pode ser um sintoma de algo grave, como cancro esofágico. E há ainda a doença celíaca, uma condição em que o glúten provoca uma resposta imunitária, impedindo a absorção de nutrientes no intestino delgado. 


«Passo metade do meu dia a convencer pessoas a fazerem o teste para a doença celíaca», diz a Dra. Hartley. «Podem estar a perder peso, por exemplo, ou cansadas.» Não há cura, mas a doença pode ser controlada eliminando o glúten da dieta. 



O INVÓLUCRO: A NOSSA PELE 

Mesmo enrugada, a nossa pele é o maior órgão do corpo. Em média, pesa entre 3,5 e 10 quilos e espalha-se por mais de 1,4 a 2 metros quadrados. À medida que envelhecemos, torna-se mais fina e menos elástica porque perdemos colagénio e elastina, as proteínas que a tornam macia e suave. Danifica-se mais facilmente e sara mais devagar devido à circulação sanguínea mais lenta e, nas mulheres, menor produção de hormonas. Esteja atento ao aparecimento de sinais novos ou a alterações nos já existentes, bem como às zonas que ficam em crosta, têm corrimento ou sangram. Pode ser preciso fazer uma biópsia para determinar se é necessária a remoção por crioterapia ou excisão. 

De acordo com o Dr. Kleine-Gunk, a pele é como o cérebro: «A acumulação de lixo microbiológico – da poluição, do Sol e outros fatores – afeta a nossa capacidade de sarar e combater a doença.» 


Aqui fica o resumo: quanto mais explorarmos, nos exercitarmos e descansarmos, melhor estaremos. E há um bónus: o ocasional copo de vinho tinto de qualidade também não faz mal, diz o Dr. Williams, pois contém resveratrol, um produto químico que ajuda a aumentar a longevidade e a saúde. Para a maior parte das pessoas, acrescenta: «Sou completamente a favor.» 

Valor

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