E pronto, estamos quase no Natal. Já não é segredo para ninguém o quanto eu gosto desta época do ano: as luzes, o espírito, as músicas, gosto de tudo! Por isso mesmo, é importante ter toda a gente reunida nesta altura. No entanto, é cada vez mais difícil. A minha profissão não tem horas nem dias. Em rádio trabalhamos todo o ano, vinte e quatro horas por dia. Mais de trinta anos depois, posso dizer que nunca trabalhei na noite de Natal.
Como é que eu consegui? Proatividade e vontade e alguma sorte. Por exemplo, sempre me ofereci para trabalhar na passagem de ano, para mim um dia como outro qualquer. E passei muitas dentro da cabine de emissão. Claro que isso acabava por me isentar de trabalhar no Natal.
Vem isto a propósito do seguinte: este ano corro o risco de não ter todos os meus filhos comigo no Natal. Tal como os pais, eles têm profissões que não têm dias de descanso e que não se compadecem apenas com a vontade, mas com a necessidade de manter as empresas a trabalharem com normalidade.
Vai ser esquisito? Vai. Mas quantos não têm de prescindir deste dia para que a vida de todos nós decorra sem sobressaltos? Hospitais, portagens, meios de comunicação, hotéis, bombeiros, enfim um sem-número de atividades que não podem fechar a porta e mandar as pessoas para casa, para que tudo funcione.
É para eles que vai o meu olhar especial nesta crónica: bem hajam pelo tempo «roubado» às vossas famílias, que nos oferecem neste Natal. Proponho que, este ano, tomemos a iniciativa de telefonar, enviar uma mensagem, sorrir a todos quantos estão de serviço nos inúmeros pontos do país que não fecham porque não podem.
A Todos, Santo e Feliz Natal