TODAS AS PESSOAS têm tosse em alguma altura da vida, diz o Dr. Matthew Stanbrook, pneumologista no Toronto Western Hospital. «Mas a tosse crónica é a que dura mais de dois meses», explica. Se os seus hábitos tabágicos ou medicação foram excluídos como causas possíveis e um raio-X ao peito se revelar normal, três doenças são responsáveis por 90% dos casos.
Asma
A asma com a variante de tosse é o mesmo que a asma comum: é uma inflamação das vias respiratórias provocada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Há uma série de tratamentos eficazes para gerir a asma, diz o Dr. Stanbrook. Pode-lhe ser receitado um broncodilatador que abre as vias inchadas de imediato, ou corticosteroides inalados a longo prazo para reduzir a inflamação.
Refluxo
Os sintomas clássicos da doença de refluxo gastroesofágico (DRGE) incluem azia, dor no peito e refluxo, mas até 20% dos pacientes também desenvolvem uma tosse crónica. Ninguém sabe exatamente porquê. A melhor forma de diagnosticar o problema é tratá-lo com uma dose experimental de inibidores da bomba de protões (IBP) para bloquear a produção de ácido. Para serem eficazes os IBP devem ser tomados duas vezes ao dia, de preferência antes das refeições, de modo a reduzir a quantidade de ácido do estômago que é gerada pelo ato de comer.
Pode demorar dois a três meses até o tratamento resultar. O fundamental é não comer ao fim da noite e evitar refeições grandes ou muito gordas. Também ajuda evitar consumir alimentos que agravam o problema, incluindo café, chocolate, álcool, bebidas gaseificadas e citrinos.
Síndroma da tosse das vias aéreas superiores
Anteriormente conhecido como pingo pós-nasal, o problema a que agora se chama síndroma da tosse das vias aéreas superiores muitas vezes tem origem nos seios nasais, refere o Dr. Stanbrook. Em geral é provocado por alergias que inflamam o nariz ou os seios perinasais, produzindo muco adicional que pinga para a parte de trás da garganta e provoca o reflexo da tosse.
Tal como o refluxo, a melhor forma de diagnosticar o problema consiste em tratá-lo, em geral com uma dose experimental de medicação nasal esteroide durante vários meses. «De um modo geral isso irá mantê-lo sob controlo, embora mais tarde possa ser necessário um tratamento temporário», explica o pneumologista. Como esta síndroma está frequentemente ligada a alergias, o Dr. Stanbrook recomenda que se evitem os alergénicos como ácaros e o pelo dos animais de estimação.