VERDADEIRO
Como não foi encontrada qualquer prova fiel da existência do rei Artur, alguns historiadores deduzem que se trata de uma lenda.
Se ele nunca existiu, porque é que os homens acreditaram no contrário durante tantos séculos?
A resposta começa por um livro. Entre 1135 e 1139, um clérigo e cronista anglo-normando, Godofredo de Monmouth, escreveu uma obra em latim a que deu o título História dos Reis da Bretanha (neste caso, da Grã-Bretanha). Representa pela primeira vez Artur como um monarca de comportamento heroico. Assim que apareceu, o livro foi violentamente criticado pelo historiador Guilherme de Newburgh, que classifica Godofredo como o «pai das mentiras» e o acusa de ter «difundido fábulas sob o honrado nome da História». (...)
Um guerreiro do tempo das trevas
Antes de Godofredo de Monmouth, o nome de Artur já tinha aparecido em algumas crónicas antigas, mas os primeiros textos que falam mais um pouco dele datam do século vii. A História dos Bretões, do monge gaulês Nennius (século ix), descreve-o como um senhor da guerra (dux bellorum) que venceu os invasores saxões na Batalha do monte Badon, um local que nunca foi identificado com exatidão. A obra do monge Gildas, Invasão e Conquista da Bretanha, que data de cerca de 540, não contém qualquer referência a Artur, mas (...). A História dos Reis da Bretanha descreve a mulher de Artur, a sedutora Guinevere, o seu sobrinho e traidor Mordred e o poderoso mago Merlin. Evoca igualmente a crença popular segundo a qual Artur não morreu e que regressará para livrar o seu país dos ocupantes. (...)
Excerto retirado de "A INCRÍVEL HISTÓRIA DO MUNDO"