1. NÃO SE ESFORCE DEMASIADO
Porque é que, por vezes, nos sentimos desapontados na nossa própria festa de anos? Uma investigação divulgada pela publicação Perspectives on Psychological Science mostra que esforçarmo-nos demasiado na busca pela felicidade pode ser contraproducente. O problema está na expectativa de que, usando o exemplo atrás, a festa em si nos faça felizes – isso faz- -nos focar unicamente na parte final do processo em vez de simplesmente nos dedicarmos às atividades que nos tornam felizes: neste caso, socializar com os amigos e com a família num ambiente descontraído e simpático. «Quando as pessoas têm expectativas, elas podem ser goradas quando o que sentem emocionalmente não corresponde à felicidade que idealizaram », explica June Gruber, coautora do estudo e professora assistente de Psicologia na Universidade de Yale. «É absolutamente vital uma pessoa libertar-se das expectativas psicológicas, especialmente das que dizem respeito à felicidade, e, em vez disso, aceitar com maior fluidez as emoções que se sentem em cada momento.»
2. ESTABELEÇA OBJETIVOS PESSOAIS E LUTE POR ELES
De acordo com uma pesquisa feita por Bernardo J. Carducci, diretor do Instituto de Pesquisa sobre a Timidez da Universidade de Indiana, as pessoas que perseguem objetivos pessoais envolvem-se em atividades de lazer mais intencionais e, com isso, são mais felizes. O especialista esclarece que «lazer intencional» significa qualquer atividade que envolva automelhoria e reflita uma escolha – por exemplo, aprender uma língua estrangeira, escolher um hobby ou experimentar uma modalidade desportiva nova. «Pode parecer óbvio, mas a felicidade vem do facto de se agir em direção aos objetivos estabelecidos. »
3. NÃO SUBESTIME A SUA CAPACIDADE DE RECUPERAÇÃO
Conseguimos encontrar o caminho para a felicidade mesmo quando as coisas não correm da forma que queremos – é o que conclui uma pesquisa da autoria de Karim Kassam, que desenvolveu uma extensa pesquisa sobre a felicidade e é professor assistente no Laboratório de Investigação sobre Emoções na Universidade Carnegie Mellon, em Pittsburgh. «A nossa investigação mostra que as pessoas tendem a ultrapassar acontecimentos negativos mais rapidamente do que esperam.» A teoria é que temos um sistema imunitário emocional – à semelhança do sistema imunitário fisiológico – que nos defende de emoções negativas. Podemos melhorar essa resposta imunológica emocional? A investigação ainda tem de dar uma resposta conclusiva, resume Karim Kassam. Mas uma coisa que se sabe, acrescenta, é que se consegue ultrapassar emoções negativas mais rapidamente quando se está numa situação que não é passível de ser alterada.
4. CULTIVE RELAÇÕES COM AS PESSOAS DE QUEM GOSTA
Um dos contributos mais decisivos para a felicidade é o manter e apreciar relações significativas com amigos e família. Mas o que quer dizer «significativas»? Para começar, envolve estar realmente com a pessoa e não com a personagem criada online, diz o psicólogo Randy Paterson, diretor da Clínica Changeways. «Além disso, uma relação significativa com, por exemplo, um parceiro ou um amigo é autêntica, é uma relação em que uma pessoa se propõe entender o que a outra está a pensar e a viver.» Randy Paterson acrescenta que um laço social significativo existe quando o objetivo é, pelo menos em parte, beneficiar o outro em vez de apenas o próprio (ao estar divertido, ao manter a solidão à distância ou ao ganhar conforto).
5. ESQUEÇA A TERAPIA DAS COMPRAS
Um estudo com alunos do ensino secundário divulgado na publicação Applied Research in Quality of Life demonstra algo que, intuitivamente, já sabíamos: o desejo de posse de bens materiais conduz a um menor grau de satisfação com a vida. James Roberts, autor do estudo e professor de Marketing na Universidade de Baylor, no Texas, explica: «A posse de bens materiais não cumpre a promessa de nos tornar pessoas felizes. É a maneira como nos sentimos connosco, os nossos relacionamentos com os outros e o nosso envolvimento na comunidade que trazem felicidade e satisfação.» Baseado neste estudo, o especialista afirma que o amor pela posse de bens pode, na realidade, minar a forma como nos sentimos na nossa pele, custando-nos relações pessoais e, em último caso, a nossa felicidade.
6. FOQUE-SE NAS COISAS BOAS E NÃO EM SUPERAR AS MÁS
Um estudo da Universidade de Indiana mostrou que as pessoas mais felizes tendem a focar-se nas coisas que as fazem felizes, ao passo que as infelizes tendem a focar-se em não pensar em coisas negativas. Como Bernardo J. Carducci explica, «as pessoas mais satisfeitas focam-se, de facto, nos aspetos positivos» – é o proverbial copo meio cheio. De acordo com Randy Paterson, «se atentarmos apenas no que ainda não alcançámos, inevitavelmente sentir-nos-emos dececionados ». Uma estratégia para lidar com isso é alterar o foco da nossa atenção. «Se fizermos um esforço para pensar no que já fizemos, é mais provável que sintamos estar a fazer progressos.»
7. SEJA EMPÁTICO E AGRADECIDO
Randy Paterson conta que, em psicologia clínica, «a tragédia e o azar dos outros podem despertar não só a nossa capacidade de sentir compaixão pelas pessoas, mas também o nosso apreço pela nossa própria boa sorte, com o seu caráter transitório». Acrescenta que as emoções desagradáveis e desconfortáveis não são devidamente valorizadas: «É através delas que alcançamos muitos dos nossos melhores traços e características: a empatia, a compaixão, o altruísmo, a confiança.» Podemos cultivar a gratidão lembrando- nos dos aspetos positivos que a nossa vida tem, acrescenta Randy. «Também podemos participar em exercícios de concentração que focam a nossa atenção no mundo do presente, atirando para trás das costas os arrependimentos do passado e o nosso medo de um futuro catastrófico.»